Coletivos protestam contra política higienista do centro de SP 
Ação denunciou a utilização da água de reúso contra moradores em situação de rua
Ação denunciou a utilização da água de reúso contra moradores em situação de rua
Brasil de Fato, por Patrícia Benvenuti, em 04/04/2011
Um  grupo de "banhistas" chamou a atenção de quem passava na manhã de  sábado (02) pelo Viaduto Costa e Silva, no centro de Sâo Paulo.  Esticados em esteiras e com equipamentos de mergulho, os "banhistas"  organizaram uma praia em pleno Minhocão.
O  objetivo do grupo, no entanto, não era diversão, e sim protestar contra  a política de higienização na região central da capital paulista e  contra as violências sofridas por moradores em situação de rua. 
A  intervenção foi a etapa final do projeto "À Deriva Metrópole São  Paulo", realizado pelo Coletivo Mapa Xilográfico. O integrante Diogo  Rios explica que a ideia surgiu a partir de um trabalho do coletivo na  região, que fez entrevistas com sem-tetos. Segundo ele, foram frequentes  as reclamações de agressões por parte de funcionários da Prefeitura e  também de policiais. "Aqui é latente essa política higienista, tanto por  parte dos moradores de classe mais alta como do poder público", afirma.
A  ação denunciou especialmente a utilização da água de reúso contra  moradores em situação de rua. "Além do próprio ato de jogar água, que já  é uma agressão, essa água de reúso vem do esgoto e é tóxica, não pode  entrar em contato com a pele. A Prefeitura nega, mas nós mesmos [do  coletivo] já flagramos [jogarem] água em morador de rua", garante Rios,  que ressalta um agravamente da situação com a execução de obras do  projeto Nova Luz, que propõe a reurbanização da área.
A  hora escolhida para realizar a intervenção foi o momento em que ocorre o  "rapa", como é chamada a ação do poder municipal que recolhe moradores  em situação de rua e seus pertences. Com a presença do grupo, no  entanto, nenhum morador foi retirado do viaduto.
Além  do Mapa Xilográfico, a atividade contou com a participação do Coletivos  Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, Cia. Na Corda Bamba de Teatro  e Coletivo Parabelo.
O  Mapa Xilográfico desenvolve, desde 2006, um projeto artístico de  investigação histórica dos bairros/cidades, mediante o mapeamento das  árvores cortadas nas ruas, utilizando-se da xilogravura (técnica que  consiste em fazer gravuras em relevo sobre madeira). Desta forma, o  projeto relaciona, de forma simbólica, árvores e moradores como  testemunhas do processo de urbanização e seus desdobramentos. O trabalho  do Mapa, agora, será realizado no Jardim Pantanal, zona leste de São  Paulo.
>> Veja mais fotos da ação em galeria do Coletivo Mapa Xilográfico, no Flickr
>> Veja mais fotos da ação em galeria do Coletivo Mapa Xilográfico, no Flickr
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| foto: Coletivo Mapa Xilográfico | 
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| foto: Coletivo Mapa Xilográfico | 
>> link para publicação original sobre o protesto do Coletivo Mapa Xilográfico no Minhocão





