Contra moradores e comerciantes, prefeitura de São Paulo aprova plano urbanístico de Zeis da "Nova Luz"

Documento é pré-requisito para licitação de 45 quadras da região central que será transferida para a iniciativa privada

de Rede Brasil Atual, por Suzana Vier, em 05/04/2012

Reunião do conselho gestor da Zeis foi marcada por 
pressão da prefeitura e revolta de moradores com 
aprovação de minuta de edital do plano de 
urbanização da Zeis (Foto: Camila de Oliveira)
São Paulo – Oito representantes da prefeitura de São Paulo decidiram na noite de ontem (4) aprovar o plano urbanístico da zona especial de intesse social (Zeis) prevista para funcionar em 11 quadras do projeto Nova Luz, na região central da capital paulista. Moradores e comerciantes que fazem parte do Conselho Gestor da Zeis decidiram não votar por considerar a medida da prefeitura apressada e antidemocrática. “Foi um absurdo o que vimos esta noite. A sociedade saiu insatisfeita com o modo como está sendo feito esse projeto. Mas não adianta, não somos ouvidos”, criticou a presidenta da Associação AmoaLuz, Paula Ribas.

A pressão da prefeitura, cujos técnicos deram início à pauta avisando que seria votada “a aprovação” do plano urbanístico das 11 quadras da Zeis, deve-se, segundo lideranças de moradores e lojistas da região da Santa Ifigênia, ao fato de o documento ser um dos pré-requisitos para a prefeitura levar o projeto Nova Luz a licitação.

O coordenador do conselho, Alonso Lopez, da Secretaria Municipal de Habitação, afirmou à reportagem que tem orientação para não dar entrevistas, mas explicou durante a reunião que a minuta do plano precisaria ser votada porque a previsão de aprovação era para janeiro e foi postergada diversas vezes. Também avaliou que os meses de funcionamento do conselho, desde junho do ano passado, seriam suficientes para subsidiar o documento.

Ao longo de duas horas e meia de reunião, os seis conselheiros que representam moradores e comerciantes atingidos pelo projeto Nova Luz, fizeram sucessivos apelos para que a prefeitura cancelasse a votação até que as dúvidas sobre o plano urbanístico e seu impacto na vida do bairro fossem sanadas. “Nada aqui é respondido. Em São Paulo chegamos ao pior ponto que uma cidade pode chegar”, disse Assad Nader, um dos conselheiros.

De acordo com Paula Ribas, a minuta enviada pela prefeitura não continha as contribuições da sociedade civil debatidas desde a instalação do conselho em junho de 2011.

A advogada Rafaela Rocha apontou irregularidades no funcionamento do conselho gestor, cuja instalação foi tardia. De acordo com a legislação, disse, as contribuições da população teriam de fazer parte da elaboração do projeto urbanístico completo que já foi lançado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) no ano passado e classificado como consolidado.

Para o lojista José Carlos Suzuki, a licitação do projeto Nova Luz deveria ser cancelada até que se instalasse um conselho gestor para todo o projeto, com participação popular. Segundo ele, não faz sentido um órgão gestor para discutir o impacto da iniciativa da prefeitura em apenas 11 quadras, deixando outras 34 descobertas e, mesmo assim, haver licitação.


Chantagem

Paulo Garcia, presidente da Associação de Comerciantes da Santa Ifigênia (ACSI), considerou que a prefeitura agiu como “um bandido” ao “chantagear a população” com a pressão que exerceu na reunião de ontem. “Se eu tivesse levado um 38 na cabeça não me sentiria tão mal. Isto é só mais uma demonstração do poder público. É o que chamam de participação popular: ‘o povo diz não e eles dizem sim’”, reagiu. “Todas as indagações que fizemos, seja sobre fundo do comércio, seja sobre desapropriações ou remoção de pessoas, nada foi respondido.”

Garcia chama atenção que a legislação aprovada para o projeto Nova Luz, de concessão urbanística, será exportada para todo o Brasil. “Uma das últimas travas para isso funcionar é o conselho gestor da Zeis”, argumentou.

O doutorando da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) Arnaldo de Melo criticou as intervenções urbanísticas contidas no projeto Nova Luz, descoladas do interesse humano. "Urbanismo se faz com pessoas e não com profissionais formaados e represesntantes de grifes arquitetônicas", observou. Segundo ele, o Nova Luz é motivo de "piada" nos corredores de escolas de arquitetura.

Moradores e comerciantes protestaram ao final da reunião e prometeram ingressar na Justiça com mais ações contra o projeto, por falta de transparência e consulta popular. “Se não nos ouvem, vai pela via judicial. Vão mudar toda nossa vida e não nos ouvem”, disse Paula.


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>> vídeo da reunião e aprovação do plano urbanístico de Zeis da "Nova Luz", por técnicos da prefeitura, desconsiderando a sociedade civil

inauguração, Complexo Prates

Prefeito inaugura Complexo Prates e destaca trabalho integrado no enfrentamento às drogas
O Complexo Prates vai reunir em um só local equipamentos de Saúde Pública e Assistência Social integrados para tratamento e recuperação de dependentes químicos em situação de rua e vulnerabilidade social na região central da cidade.

do portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo, em 27/03/2012

O prefeito de São Paulo inaugurou nesta terça-feira (27) o Complexo Prates, primeiro equipamento que vai reunir ações de Saúde Pública e Assistência Social no tratamento e recuperação de dependentes químicos em situação de rua e vulnerabilidade social na região central da cidade.



“O Complexo Prates reúne equipamentos com diversas ações integradas envolvendo órgãos da Prefeitura, com programas do Estado, do Governo Federal e serve para mostrarmos as pessoas que estão na rua que existe mais uma porta aberta para elas, com importantes programas que podem ser a solução para os seus problemas”, afirmou o prefeito. “As presenças do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do governador Geraldo Alckmin e do Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, dão a importância que este evento tem”, enfatizou.

Construído pela Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), o complexo está situado à Rua Prates, 1.101, no Bom Retiro. O equipamento será um centro especial de acolhimento, dotado de Espaço de Convivência Dia para Adultos, abrigo para menores, Centro de Acolhida 24 horas, Centro de Atenção Psicossocial III Álcool e Drogas (CAPS III AD) e a Assistência Médica Ambulatorial (AMA) 24 horas. O objetivo de implantar um Complexo no centro de São Paulo é facilitar o tratamento e a assistência dada aos dependentes químicos, fortalecendo o combate à dependência e o trabalho conjunto entre Saúde e Assistência Social que já é realizado na região.



“Há três anos, a Prefeitura iniciou essa obra de assistência social que vai mudar para sempre sua história, com a implantação do Sistema Único de Assistência Social. Hoje são 46 CRAS que recebem mensalmente 55 mil pessoas e 18 CREAS que recebem 11 mil pessoas por mês. Com as inaugurações de hoje, a rede de Assistência Social passa a ter 1.206 serviços para toda a população carente da cidade com mais de um milhão de atendimentos”, destacou a vice-prefeita e secretária de Assistência Social.





Instalado em uma área total de 16 mil m², o Complexo vai oferecer um Espaço de Convivência Dia para Adultos com 3.200 m² e capacidade para atender até 1.200 pessoas por dia. Além de criar vínculos e conquistar a confiança para que os usuários aceitem os serviços oferecidos, o espaço oferecerá atividades lúdicas, esportivas, oficinas, Telecentro, sala de leitura, jardinagem e, principalmente, psicólogos e assistentes sociais; um Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Abrigo) com 20 vagas e um Centro de Acolhida para Homens 24hs, com 120 leitos. Caso a aceitação seja superior às vagas disponíveis, os usuários serão encaminhados para um dos 59 Centros de Acolhida e 132 abrigos da Prefeitura instalados em todas as regiões da cidade.



A Secretaria Municipal de Saúde contará com uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) e o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), com 850m² de área útil, ambos com funcionamento 24 horas, com mais de 120 profissionais de saúde e 11 leitos para observação e internação.

Durante o evento, o secretário municipal de Saúde destacou o novo serviço de acompanhamento que será prestado no Complexo. “A grande novidade é o ‘gerente de caso’, multiprofissionais que vão atuar acompanhando oito a dez casos de usuários, desde seu ingresso até sua reinserção à sociedade, forçando as várias áreas a prestarem o atendimento adequado”, afirmou.



A proposta da SMS é acolher o usuário a partir dos serviços sociais e de apoio, facilitando sua aceitação e adesão ao tratamento de saúde e da dependência, o que vai propiciar o acesso do usuário a todas as etapas do processo de recuperação e reinserção social. Os equipamentos de saúde e assistência social serão destinados aos moradores em situação de rua e dependentes de álcool e outras drogas, em especial do crack. Todos os serviços possuem entradas independentes.


CAPS III AD Complexo Prates

A unidade terá capacidade para atender cerca de 300 pacientes por dia em acompanhamento. A unidade, que funcionará de segunda a sexta-feira, das 7 às 19 horas, e atenderá pessoas com transtornos decorrentes do uso e dependência de drogas, principalmente o crack. A unidade também terá nove leitos para acolhida e monitoramento, que funcionarão 24 horas. Será o 23º CAPS AD do Município e o 70º inaugurado.

O CAPS AD III Complexo Prates oferecerá assistência integral, com atendimento individual e em grupo, oficinas terapêuticas, atendimento à família e atividades comunitárias enfocando a integração e a inserção familiar e social. A unidade contará com médicos psiquiatras, clínico geral, psicólogos, assistente social, terapeutas ocupacionais, farmacêutico, técnico de farmácia, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, oficineiro, além de assistentes e auxiliares administrativos.


AMA 24 horas Complexo Prates

A Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Prates é a 118ª da rede. A unidade funcionará 24 horas por dia, de segunda a segunda, e fará, em média, 5 mil atendimentos mensais. A AMA presta atendimento sem necessidade de marcação de consulta, ou seja, fica sempre com as portas abertas à população.




Rede de Saúde

A Prefeitura dispõe, atualmente, de 416 leitos destinados exclusivamente para a dependência química, sendo 80 em sua clínica própria, o Serviço de Atenção Integral ao Dependente (SAID), e 336 em comunidades terapêuticas. Contudo, caso haja necessidade, qualquer um dos 1.421 leitos de internação psiquiátrica (incluindo os de dependência) podem receber esses pacientes para tratamento.

Além disso, São Paulo conta com 23 CAPS Álcool e Drogas (CAPS AD). Somente na região central da cidade implantou-se um complexo para atendimento, constituído pelas AMAs Sé (24 horas), AMA Boracea (com médico psiquiatra no corpo clínico), CAPS AD Sé, CAPS Infantil Sé, cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS), Serviço de Atenção Especial (SAE) DST/ Aids Campos Elíseos, Cratod (Secretaria Estadual da Saúde). Além disso, agora contará com o Complexo Prates.




Escola Estufa

Além dos serviços de saúde e assistência social, o Complexo Prates também contará com o Programa Escola Estufa Lucy Montoro, pela Secretaria Municipal de Participação e Parceria e administrado pela Coordenadoria de Convivência, Participação e Empreendedorismo Social (CONPARES). O programa tem como objetivo formar multiplicadores do sistema para manejar hortas comunitárias, estimular a produção de hortaliças e vegetais, plantas aromáticas e espécie para paisagismo. A Escola Estufa instalada no complexo será a 9ª Escola entregue aos munícipes da cidade de São Paulo.

O objetivo é garantir mais oportunidades aos adolescentes e jovens que vivem em situação de risco e vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. No curso Horta Escola os alunos aprimoram os cuidados e as técnicas para trabalhar a terra em espaços pequenos, como jardineiras - utilizadas em apartamentos. Participam de aulas práticas sobre o preparo e o PH da terra, compostagem, minhocário, segurança alimentar e nutricional sustentável.

crédito das fotos - Fábio Arantes/Secom















 
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para os usuários de crack, 'têm espaço na van' - transporte gratuito para o Complexo Prates

Complexo para tratar uso de crack abre hoje
Prefeitura vai oferecer transporte gratuito a usuários da cracolândia, a 2 km de distância

em O Estado de S.Paulo, por ADRIANA FERRAZ, em 27/03/2012

Quase três meses após o início da operação policial na cracolândia, a Prefeitura de São Paulo inaugura hoje o chamado Complexo Prates, no Bom Retiro, centro da capital. O espaço será dedicado à acolhida de moradores de rua e ao tratamento de dependentes químicos, especialmente usuários de crack, que terão transporte gratuito até o local.

Em uma área de 16 mil metros quadrados na Rua Prates, seis equipamentos públicos prestarão serviços de assistência social e saúde. O conjunto é formado por um centro de convivência, um albergue para adultos, um abrigo para crianças, uma estufa para aulas de jardinagem, um Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) e um Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Previsto para fevereiro, o complexo teve a inauguração adiada em um mês por causa de atrasos nas obras do prédio que reúne os dois centros de saúde 24 horas. A inauguração parcial chegou a ser cogitada pela Secretaria Municipal da Assistência Social - que até havia separado salas provisórias para os médicos -, mas acabou descartada pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Com o complexo em atividade, o Município passará a oferecer serviços integrados e complementares para quem busca tratamento contra as drogas. O objetivo é que o usuário passe o dia no centro de convivência, onde vai poder tomar banho, acessar a internet, ver televisão e fazer atividades físicas, das 8h às 22h. De acordo com o caso, esse mesmo dependente poderá ser atendido no AMA ou Caps, e dormir no albergue. Menores de 18 anos serão encaminhados ao abrigo.

A Prefeitura afirma que o conjunto de equipamentos funcionará como uma "porta de entrada" à rede municipal de assistência. Apenas o centro de convivência terá capacidade para receber até 1,2 mil pessoas por dia.

Na área dedicada à saúde, nove leitos para observação e internação emergencial serão oferecidos dia e noite para atender, se preciso, pacientes em surto ou com sintomas de abstinência. Internações mais longas, no entanto, continuarão sendo feitas só no Serviço de Atenção Integral ao Dependente (Said), em Heliópolis, ou nas clínicas particulares que mantêm convênio com a Secretaria Municipal da Saúde. Ao todo, são cerca de 300 vagas.

"É claro que tudo ainda é muito experimental. Vamos ter de sentir o que dará certo. Por enquanto, achamos que o complexo tem o que é preciso para atrair esse dependente que está nas ruas e convencê-lo a buscar tratamento médico", afirma a secretária da Assistência Social, a vice-prefeita Alda Marco Antonio (PMDB).

Transporte. Para atrair usuários ao complexo, a Prefeitura pretende oferecer vans que farão o trajeto entre a Rua Prates e as ruas da cracolândia com maior concentração de dependentes químicos. A preocupação é que a distância de 2 quilômetros desanime as pessoas a procurar pelo atendimento e faça do complexo um espaço vazio.

"Pelo menos no começo, até que as pessoas conheçam o espaço, vamos colocar ônibus e vans para fazer esse transporte de forma gratuita. Eles vão circular pelas ruas da Santa Cecília, passando pelo Minhocão e pela Praça Júlio Prestes", diz Alda.


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Favela do Moinho, nova estação da CPTM

Área da Favela do Moinho dará lugar a estação da CPTM
Nova parada em Campos Elísios vai chamar Bom Retiro e deverá pôr fim às operações de trens na Estação Júlio Prestes, na Luz

de JORNAL DA TARDE - O Estado de S.Paulo, por CAIO DO VALLE, em 29/03/2012

A área ocupada hoje pela Favela do Moinho, em Campos Elísios, região central da capital, receberá uma nova estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) até 2015. A inauguração da Estação Bom Retiro deverá pôr fim às operações da Júlio Prestes. Construída em 1938, a estação abriga a Sala São Paulo - sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) - desde os anos 1990.

A Linha 8-Diamante (Itapevi-Júlio Prestes) terá parada final na nova estação. A Linha 7-Rubi (Francisco Morato-Luz) e Linha 11-Coral (Guaianazes -Luz) também chegarão ao Bom Retiro. O presidente da CPTM, Mário Bandeira, disse que a mudança é para atender aos interesses dos próprios passageiros. "O desejo de viagem das pessoas não é a Júlio Prestes, é o Bom Retiro", afirmou o executivo.

A alteração do trajeto da Linha 8 deve fazer a Estação Júlio Prestes tornar-se apenas um polo cultural - a Secretaria Estadual da Cultura também ocupa parte do prédio. A CPTM, no entanto, informou em nota que o uso da estação "ainda não está definido".

A Estação Bom Retiro atenderá, conforme a estimativa da CPTM, cerca de 30 mil passageiros por dia. A elaboração do projeto funcional custará R$ 140 mil. "Estamos com o projeto em curso e esperamos, no segundo semestre, contratar o básico e o executivo", disse o presidente da empresa. De acordo com Bandeira, as obras da nova estação deverão começar no fim de 2013.

Remoção da favela. O maior impasse hoje é que grande parte da população da favela não tem opção de moradia. A Secretaria Municipal de Habitação informou que, desde janeiro, 815 famílias cadastradas recebem ajuda para pagar aluguel. Todas receberão moradia em conjuntos que serão construídos em áreas vizinhas. A Prefeitura não informou, porém, onde ficam esses terrenos.

As 407 famílias afetadas pelo incêndio que, em dezembro, consumiu o prédio abandonado do Moinho Central e matou duas pessoas, teriam optado pelas unidades habitacionais, hoje em construção, na Vila dos Remédios, zona oeste. Elas são cerca de metade dos cadastrados.

Confusão. A aposentada Neide Aparecida Campos, de 61 anos, que mora na favela, reclamou da falta de informações para quem ficou. "Estamos sem saber nada. De uns tempos para cá, a Prefeitura sumiu. Não sabemos quando teremos de sair", disse.

A Prefeitura ainda não revelou quando os conjuntos habitacionais serão entregues. A reportagem visitou o local ontem e encontrou moradores sob o Viaduto Engenheiro Orlando Murgel. O carroceiro João Miguel da Silva, de 55 anos, era um deles. "Dizem que vão dar apartamentos. Estamos esperando", disse. Várias crianças e idosos ontem se arriscavam ao atravessar a linha férrea, que passa sob a estrutura.

Segundo a Prefeitura, a área da favela é de 30,1 mil metros quadrados. Nos projetos da gestão Gilberto Kassab (PSD), passarão ali uma avenida e um parque, e as linhas de trem serão enterradas. O presidente da CPTM disse que a estação será construída prevendo a mudança. O mezanino ficará sob a parada e, depois, atenderá às linhas subterrâneas.


>> link para publicação original em  O Estado de São Paulo

apresentação do projeto 'Complexo Cultural Luz'

como falar de cultura quando se pretende por abaixo um bairro culturalmente rico? Talvez, turismo?
No dia 21/03/2012, foi reapresentado pelo Governo do Estado de São Paulo, com presença do governador Geraldo Alckmin e do Secretário da Cultura Andrea Matarazzo, o projeto 'Complexo Cultural Luz'. Em 2009, gestão anterior do governo, o projeto 'Complexo Cultural Luz', fora apresentado pelo então governador em exercício José Serra, e pelo Secretário da Cultura João Sayad.


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>>> do portal do Governo do Estado de SP, em 21/03/2012
Governo apresenta projeto do Complexo Cultural Luz
Edifício projetado pelo escritório suíço de arquitetura Herzog & De Meuron será o maior complexo cultural da América Latina, além de peça-chave da proposta de revitalização do bairro da Luz

O governador Geraldo Alckmin participou nesta quarta-feira, 21, da apresentação do projeto do Complexo Cultural Luz. O espaço será um dos mais importantes centros destinados às artes do espetáculo do país, feito especialmente para apresentações de dança, música e ópera. Será também peça-chave da proposta de requalificação da região da Nova Luz, estimulando a ocupação residencial e de comércio.
 
Veja aqui as imagens das futuras instalações

Nova Luz: o passo-a-passo da revitalização cultural

Assista ao vídeo com as maquetes virtuais do Complexo Cultural Luz

O novo espaço é considerado essencial pela Secretaria de Estado da Cultura para a consolidação do maior polo cultural da América Latina, que reúne, em área praticamente contínua no bairro da Luz (região central de São Paulo), a Sala São Paulo, a Tom Jobim – Escola de Música do Estado de São Paulo, a Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu de Arte Sacra, a Estação Júlio Prestes e o Parque da Luz.

imagens: divulgação do projeto
"É uma ação importante para revitalizar toda esta região aqui do centro expandido, aqui da região da Luz. Importante sobre o ponto de vista de geração de emprego, consolidando São Paulo uma capital mundial na área cultural. Importante sobre o ponto de vista da cultura. Nós teremos aqui sala de teatro, de espetáculos com mais de 1.700 lugares, a Escola de Música, o Centro de Dança", declarou Alckmin.

O edifício abrigará diferentes equipamentos culturais que atendem à demanda da cidade por espaços específicos para a encenação de musicais, óperas, shows de música popular e outras manifestações artísticas.

"O complexo é de grande importância para o desenvolvimento cultural do estado em toda sua riqueza artística. Sua construção caminhará paralelamente à revitalização da região da Luz e seu entorno. Temos certeza de que, finalizada a obra, o Complexo Cultural Luz estará inteiramente integrado não só à vida cultural da cidade, como ao cotidiano da região em que será instalado", disse o secretário da Cultura, Andrea Matarazzo.

A Secretaria de Estado da Cultura contratou a empresa inglesa TPC – Theatre Projects Consultants, especializada em planejamento de teatros e centros culturais, para definir o perfil do Complexo e detalhar seu programa. Os técnicos estudaram e analisaram as características de São Paulo para dimensionar um espaço único na cidade.

A missão de colocar em prática o programa proposto pela empresa inglesa ficou a cargo do escritório suíço Herzog & de Meuron, com expertise no projeto de empreendimentos culturais de grande porte, como o Tate Modern (Londres) e os Museus de Arte Moderna de Miami (EUA), Guadalajara (México) e Kolkata (Índia).

Coube aos arquitetos a concepção de um projeto com aproximadamente 70 mil m² de área construída, em um terreno de 19 mil m². O Complexo abrigará três teatros: uma sala principal – o Grande Teatro – para apresentações de música, teatro, ópera e dança, com 1.750 lugares; uma sala de recitais para 500 ocupantes; e um teatro experimental, com palco reversível e capacidade para 400 espectadores. Ao mesmo tempo, haverá espaço para a instalação de uma sede definitiva da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim e da São Paulo Companhia de Dança, um restaurante e áreas administrativas. O projeto terá área para café, loja e estacionamento para 850 veículos.

O novo Complexo Cultural pretende reunir diversas expressões artísticas, estudantes e profissionais, produção e ensaio, tudo em um mesmo lugar. Um espaço em que diferentes gerações poderão se relacionar por meio do trabalho, estudo, ensaios e performances. Essa é a proposta conceitual do escritório Herzog & de Meuron: misturar e combinar várias atividades.

Outra característica do projeto é a fusão do edifício com as áreas verdes que serão criadas no entorno. A Praça Júlio Prestes deve ser reformada para ganhar um jardim, que funcionará como uma espécie de extensão do Parque da Luz. Será formado assim um grande corredor verde na região central, começando nos jardins do Museu de Arte Sacra, seguindo pelo parque da Luz, pelo novo Complexo até chegar à Praça Princesa Isabel.

A estrutura horizontal do edifício, com altura média de 23 metros, é dividida em cinco andares. Vai ocupar todo o quarteirão localizado entre a Praça Júlio Prestes e a Avenida Rio Branco, com laterais para a Av. Duque de Caxias e Rua Helvétia.

O novo complexo será um centro cultural aberto e vivo. Para isso, os arquitetos optaram pelo uso de lâminas horizontais entrelaçadas, que promovem uma ligação dinâmica entre os espaços abertos, com várias entradas de ar e luz. Com o intuito de ampliar a diversidade entre os espaços, as lâminas horizontais se cruzam em pisos intermediários que favorecem a proximidade e a visibilidade entre as diferentes partes do prédio. Uma das lâminas projeta-se sobre a Praça Júlio Prestes resultando em uma grande rampa, que será a entrada principal do prédio.

O próximo passo do projeto é o lançamento, previsto para abril, da licitação para escolha da gerenciadora da obra. Para novembro, está programada a licitação da obra propriamente dita. As obras do Complexo devem ser iniciadas no primeiro semestre de 2013. O investimento total para a execução do projeto está estimado em cerca de R$ 500 milhões.

Da Secretaria de Estado da Cultura
>> veja publicação original em portal do Governo do Estado de São Paulo


>> vídeo com maquetes virtuais do 'Complexo Cultural Luz'


>> veja matéria "Atrações poderão ser vistas da rua" no acervo do jornal Folha de São Paulo, publicada em 18/06/2009, sobre o projeto 'Complexo Cultural Luz'