Prefeitura de São Paulo, anúncio de medidas para o combate ao crack

São Paulo terá 30 unidades de saúde para atender dependentes químicos
Haddad anunciou um conjunto de medidas para o combate ao crack. Serão 30 Caps Ad III (atendimento 24 horas), 16 novos Consultórios de Rua e cinco ambulâncias especializadas

do Portal da Prefeitura da Cidade São Paulo, publicado em 26/04/2013

Convênio entre Prefeitura e Estado visa o combate às drogas.
Foto: Cesar Ogata / SECOM.
O prefeito Fernando Haddad anunciou nesta sexta-feira (26) a instalação de 30 Caps Ad III (Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) para o atendimento 24 horas de pacientes com dependência química. As novas unidades de saúde fazem parte de um conjunto de medidas para o combate ao crack, que incluem ainda 16 novos Consultórios de Rua e cinco ambulâncias especializadas. As ações foram anunciadas nesta manhã, em conjunto com o governador Geraldo Alckmin, em ato de assinatura de convênio com o Governo do Estado, no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul.

“Hoje nós temos só cinco Caps funcionando 24h. Nós sabemos que a dependência química não tem hora, não se sabe quando o dependente vai precisar de apoio. Passaremos de 5 para 10 unidades este ano e de 10 para 30 até o fim de 2014”, afirmou Haddad. “Queremos acolher o dependente, recuperar a sua dignidade e dar mais conforto para as famílias na cidade de São Paulo”, disse o prefeito.

Os Caps Ad III ficam abertos ao público ininterruptamente e possuem leitos de acolhimento noturno. A prefeitura construirá 10 novas unidades e 20 Caps Ad II, que atendem atualmente apenas durante o dia, serão transformados em tipo III, totalizando 30 equipamentos. O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar com psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, auxiliares de enfermagem e farmacêuticos.

A administração municipal também investirá na capacitação dos profissionais de saúde para um melhor atendimento aos dependentes químicos. “A partir de segunda-feira, 12 mil profissionais da Secretaria Municipal de Saúde participarão de capacitação voltada para a questão de saúde mental”, afirmou Haddad. O treinamento terá início na próxima semana com 650 agentes comunitários de saúde.

Para ampliar a abordagem e acolhimento dos pacientes com dependência química em situação de rua, a Secretaria Municipal de Saúde também implantará novos Consultórios de Rua. “Chegamos a oito consultórios no mês de abril e vamos criar mais oito em maio. Estas 16 equipes de estratégia de saúde da família, de agentes comunitários, fazem a abordagem, em uma ação de atenção básica e de busca ativa”, explicou o secretário José Fillipi (Saúde).

O número de unidades de Acolhimento e Residência Terapêutica Especial também vai aumentar de 11 para 25. Estes equipamentos são voltados para pacientes no final de seu tratamento. Reforçam o sentimento de independência e recolocam o usuário no convívio social.

Parceria

 

Em parceria com o governo estadual, serão ainda disponibilizadas cinco ambulâncias do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), especializadas no atendimento de pacientes com dependência química. As equipes serão capacitadas para a especialidade psiquiátrica e o custeio será dividido pela administração municipal e pelo Estado. “Cinco ambulâncias novas que recebemos do Governo Federal serão adaptadas para o Samu Ad. Em trinta dias vamos ter a primeira em funcionamento”, afirmou Fillipi.

Os investimentos anunciados serão feitos com o apoio da União, por meio do programa “Crack, é possível vencer”. O convênio com o Estado promove ainda a integração no fluxo de atendimento aos dependentes de crack, entre a rede municipal de Caps, a unidade estadual do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas e 1004 leitos da rede estadual de saúde mental.


>> link para publicação original no Portal da Prefeitura da Cidade de SP

Minhocão Festival

de 05 à 14 de abril, Festival BaixoCentro no Minhocão e região
Festival BaixoCentro, segunda edição. O festival propõe a ocupação do espaço público da região central de São Paulo, nos bairros de Santa Cecília, Vila Buarque, República, Campos Elísios, Barra Funda e Luz, com música, dança, filmes, oficinas, debates e diversas apresentações e intervenções artísticas. 


imagem: divulgação Festival BaixoCentro

















>> ++ sobre o Festival e a programação completa no site Festival BaixoCentro

Elevado Costa e Silva, proposta de mudança de nome para 'Minhocão'

No aniversário do golpe militar, vereador propõe mudar nome do Elevado Costa e Silva
Projeto de lei de Nabil Bonduki quer trocar nome do segundo presidente da ditadura que governou o País entre 1964 e 1985 por Minhocão
 
do O Estado de S. Paulo, por Iuri Pitta, 01/04/2013

SÃO PAULO - A extinção do Elevado Costa e Silva pode começar pelo nome. Aproveitando a efeméride dos 49 anos do golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, o vereador paulistano Nabil Bonduki (PT) apresenta nesta segunda-feira, 1, projeto de lei para renomear como Minhocão o viaduto construído pelo então prefeito Paulo Maluf cuja demolição foi proposta pela gestão Gilberto Kassab (2006-2011).

Arthur da Costa e Silva foi o segundo presidente militar do regime que governou o País entre 1964 e 1985. Era da chamada linha-dura do Exército e foi quem editou o Ato Institucional 5 (AI-5) em dezembro de 1968, desencadeando a onda de repressão política mais violenta dos chamados anos de chumbo. No ano seguinte, sofreu um derrame e morreu meses depois, em dezembro. Maluf inaugurou o elevado em 1971 e, desde então, uma série de governantes da capital cogitam a demolição do viaduto.

Para Nabil, que é professor de arquitetura e urbanismo da USP, mudar o nome do elevado também seria um primeiro passo para discutir o papel do Minhocão para a cidade. "É preciso rediscutir o uso do elevado, que é ruim durante o dia, mas importante como área de lazer à noite e aos domingos", disse o vereador. "Não necessariamente seria preciso demolir o Minhocão. Tirar esse estigma, esse vínculo com o regime autoritário é um passo para repensar e olhar o elevado de outra forma."

Nas últimas duas legislaturas, outros dois projetos tentaram alterar o nome do elevado, mas não chegaram a ser aprovados. Em 2008, a então vereadora do PT Soninha Francine fez proposta idêntica à de Nabil. Dois anos depois, o hoje secretário municipal Eliseu Gabriel (PSB) quis trocar o nome de Costa e Silva pelo do presidente argentino Néstor Kirchner, morto em 2010.

Outras vias. O parlamentar também vai propor alterações na legislação municipal para facilitar a mudança de denominação de outras vias públicas que façam menção a pessoas ligadas à violação de direitos humanos. Hoje, é proibido trocar o nome de uma rua ou avenida, exceto em casos específicos, como termos que exponham a comunidade ao ridículo ou se duas localidades tiverem a mesma denominação. A assessoria do vereador está levantando a quantidade de vias públicas que hoje fazem menção a nomes envolvidos na repressão política.

A última ponte da Marginal do Tietê, hoje identificada como Ponte Imigrante Nordestino, até o ano passado levava o nome do general Milton Tavares de Souza, que foi diretor do Centro de Inteligência do Exército (CIE) no governo Emílio Garrastazu Médici, outro oficial da linha-dura, e era suspeito de envolvimento direto com ações de tortura. A mudança foi proposta em 2006 pelo então prefeito José Serra (PSDB) - que era presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1964 e teve de se exilar após o golpe - e aprovada com apoio da base de Kassab na Câmara. Uma praça na Vila Maria, zona norte, no entanto, ainda mantém o nome do oficial - essa repetição do nome é que permitiu a mudança do nome da ponte.

Na Vila Leopoldina, uma travessa sem saída da avenida que identifica ao bairro leva o nome do delegado Sérgio Paranhos Fleury. O policial chefiou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) nos anos mais agudos da repressão política e foi acusado de atuar no Esquadrão da Morte, grupo que praticava execuções à revelia da Justiça.

Um trecho da Marginal do Tietê, sentido Ayrton Senna, é oficialmente chamada de Presidente Castelo Branco, marechal que assumiu a vaga de Goulart em 1964 e editou os primeiros atos institucionais da ditadura. O general Golbery do Couto e Silva, um dos ideólogos do regime, é homenageado em uma avenida no Grajaú, zona sul. Uma praça no Itaim-Bibi, também na zona sul, leva o nome do almirante Augusto Rademaker, um dos oficiais da junta militar que governo o País após o derrame de Costa e Silva, em 1969.


>> link para publicação original em O Estado de S. Paulo

>> link para o PROJETO DE LEI 01 - 00177/2013 do vereador Nabil Bonduk, sobre a alteração de nome Elevado Costa e Silva para 'Minhocão', no portal da Câmara Municipal de São Paulo.

>> veja ++ sobre Nabil Bonduk, urbanista e atual vereador, no site 'Cidade Aberta'