sobre restauração do Castelinho da Rua Apa

Projeto de restauração será entregue ao MinC
Primeira fase da restauração estrutural do Castelinho será apresentada ao Ministério da Cultura

do Diário de S.Paulo, por Mari Cavalcante, em 26/02/2012
Especial para o DIÁRIO

O projeto de restauração do Castelinho
será encaminhado ao Ministério da Cultura
Depois de oito anos desde o seu tombamento, o projeto de restauração do Castelinho da Rua Apa vai ser encaminhado ao Ministério da Cultura até o final deste mês. O Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico) e o DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) fizeram uma análise, em novembro de 2011, e deram parecer favorável. Quem detém a concessão de uso do prédio é Maria Eulina dos Reis Hilsenbeck. Ela é fundadora da ONG Clube de Mães do Brasil com sede no edifício anexo ao Castelinho. Maria vai recorrer à Lei Federal de Incentivo à Cultura (n 8.313/91), a Lei Rouanet, para conseguir captar recursos financeiros, mas para apresentar o projeto cultural era necessário o documento de restauração aprovado.

A Lei Rouanet concede isenção de 100% dos impostos aos patrocinadores dos projetos culturais, pessoas físicas ou jurídicas.

No projeto, elaborado pela Formarte (empresa especializada em preservação de patrimônios histórico), está prevista a construção de um espaço para mostrar e vender os trabalhos dos moradores de rua que a ONG atende e também dos artesãos de São Paulo e do Brasil. “Nós temos um conceito de como vai ficar a parte interna do Castelinho, mas não está detalhado”, afirma a diretora da Formarte, Rosana Delelis.

Quem tem a imagem exata de cada ambiente é Maria Eulina. Uma das salas vai ganhar o nome da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que cedeu o prédio a Maria. “Eu enviei uma carta com a minha história e pedi para cuidar do Castelinho. A dona Ruth me atendeu. Ela foi uma grande mulher”, conta, emocionada.

A primeira fase de restauro será externa e está orçada em R$ 1,8 milhão. Ela inclui a reforma do telhado e da fachada para garantir que as paredes de tijolos e o teto com telhas francesas não caiam.

“A dimensão do edifício é pequena e por isso temos de estudar a melhor forma de tornar o local seguro e acessível para ser trabalhado internamente. A arquitetura do Castelinho é absolutamente eclética e fantasiosa até hoje”, diz o arquiteto Paulo Bastos, responsável pela revitalização. A previsão para a conclusão da obra é de um ano.

A equipe de Bastos vai fazer uma pesquisa histórica para tentar recuperar a aparência original. Será necessário analisar os arquivos policiais com as fotos do crime que aconteceu no edifício. O Castelinho ganhou notoriedade no final dos anos 1930 após se tornar cenário do assassinato da família Reis, no qual morreram a mãe, Maria Cândida, e os dois filhos, Armando e Álvaro. O prédio fica no Centro, ao lado do Minhocão, na esquina da Rua Apa com a Avenida São João. Os especialistas dos projetos acreditam que a reforma vai qualificar e revitalizar a região. A reconstrução interna será realizada na próxima fase, após o fim da restauração externa. As equipes do arquiteto Paulo e de Rosana devem elaborar um novo orçamento. A reforma do prédio anexo onde funciona a ONG não foi incluída em nenhuma das etapas.

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vídeo 'SOS Sampa investiga Castelinho'
sobre o Castelinho da Rua Apa e o projeto de restauração

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